terça-feira, 24 de agosto de 2010

O que é a Missa Pontifical?



É a Missa solene cantada pelo Bispo, ou a concelebração cantada presidida pelo Bispo. Pelo novo Cerimonial dos Bispos pós-conciliar, essa Missa é chamada agora “Missa estacional”. Mantive, entretanto, a denominação “Missa pontifical” para melhor compreensão do assunto, e por ser mais conforme a tradição litúrgica.

Há, como visto, dois tipos de Missa pontifical: concelebrada ou não. A concelebrada não precisa ser solene, i.e., não requer a presença de diácono, mas que não for concelebrada necessita ser. Em outras palavras, a Missa pontifical pode ser concelebrada (simples ou solene), e não-concelebrada (solene apenas).

Em qualquer dos casos, ela é cantada. Sempre cantada.[i] Se não for cantada, ainda que solene, não será pontifical. E se for cantada, porém não solene, também não será pontifical, exceto se for concelebrada. A única forma de uma Missa simples, i.e., sem diáconos, cantada pelo Bispo ser pontifical se dá quando houver concelebração, quando, então, alguns sacerdotes fazem suas vezes e sempre concelebram. Podem, claro, alguns sacerdotes só assistir, desde que outros concelebrem para fazer as vezes do diácono. Se houver diáconos, não é preciso ter sacerdotes concelebrando.

-> Tipos de Missa pontifical: solene e cantada; concelebrada (solene ou simples) e cantada.

-> Ministros. Atentar para os diáconos que o acompanham, ou, em sua falta, os sacerdotes auxiliares. Assistentes ao livro (librífero), ao báculo (baculífero) e à mitra (mitrífero), com vimpas. Na falta de vimpas, que não são fáceis de achar em face da enorme crise litúrgica em que vivemos, alguns cerimoniários sugeriram que os assistentes podem usar luvas brancas para segurar a mitra, o báculo e os livros.

-> Diáconos assistentes (dois) – ou sacerdotes auxiliares que concelebrarão e se apresentarão vestidos com paramentos sacerdotais –, diácono (um ou dois: do altar e da Palavra), sacerdotes concelebrantes (se não houver diáconos, esses concelebrantes fazem as vezes quer dos diáconos assistentes, quer dos diáconos propriamente ditos, mas vestidos com paramentos sacerdotais), turiferário, naveteiro, tocheiros etc (listar todos). Os sacerdotes concelebrantes (inclusive auxiliares, se não houver diáconos) poderão ser Bispos, aliás. Quando a Missa Pontifical for celebrada pelo Papa, os diáconos-assistentes podem ser Cardeais-diáconos, ainda que Bispos ou presbíteros (lembremos que a divisão do cardinalato em Cardeais-Bispos, Cardeais-presbíteros e Cardeais-diáconos tem a ver com a precedência e a honra, e não com o fato de serem de tal ou qual graus do sacramento da Ordem; assim, um Cardeal-Bispo só pode ser Bispo, mas um Cardeal-presbítero pode ser presbítero ou Bispo, e um Cardeal-diácono pode ser diácono, presbítero ou Bispo; nos dias de hoje, a esmagadora maioria dos Cardeais, mesmo Cardeais-presbíteros e Cardeais-diáconos, são Bispos). Os Cardais-diáconos, portando-se como diáconos-assistentes na Missa Pontifical celebrada pelo Papa, usam alva (e cíngulo e amito), com estola e dalmática, como qualquer diácono-assistente, mas por serem Bispos levarão também a mitra simples. A cena é muito interessante: dois personagens vestidos como diáconos, exceto pelo fato de usarem mitra!

-> Cerimoniário: obrigatório!

Na igreja catedral, se estiver presente o Cabido, convém que todos os cônegos concelebrem com o Bispo a Missa estacional, sem com isto excluir os outros presbíteros.

Os Bispos porventura presentes e os cônegos não concelebrantes devem apresentar-se de hábito coral.[ii]

-> Clero em vestes corais, especialmente os Bispos presentes não-concelebrantes, os cônegos do Cabido Catedralício e os monsenhores. Demais clérigos em vestes corais: presbíteros e diáconos.

-> Pontificalia: dalmática pontifical, cruz peitoral, mitra, anel, báculo e luvas. Dalmática e luvas são facultativas, mas a primeira é vivamente recomendada e vem prevista, como sugestão, nos livros litúrgicos, enquanto as segundas apenas se podem usar para manter a tradição milenar do rito romano. http://rubricsandritual.blogspot.com/2007/09/episcopal-gloves.html

-> Na Missa pontifical em sua catedral, o Bispo Diocesano senta na cátedra, também chamada de trono. Bispo auxiliar, coadjutor, emérito, ou de outra Diocese, senta no faldistório ou alguma outra cadeira sem aspecto de cátedra,[iii] ou, com autorização do Bispo Diocesano, no trono. Quando um Bispo visita uma igreja, oratório ou capela, pela ausência da cátedra, senta no faldistório ou em uma cadeira presidencial mais bonita e especialmente arranjada.

-> Pode-se manter o costume de unir a Missa Pontifical a um ofício da Liturgia das Horas, sobretudo a hora canônica de Terça.

-> A Missa Pontifical “ideal”: Bispo, cerimoniário, diácono do altar, diácono da Palavra, dois diáconos assistentes, todos os acólitos, incluindo ceroferários e tocheiros, com ou sem concelebrantes, clérigos em veste coral, librífero, baculífero, mitrífero.

O que se deve preparar

Se for uma igreja que não seja a catedral, prepare-se um trono ou uma cadeira digna que a ele se assemelhe, ou, então, um faldistório. O trono fica ou atrás do altar, em posição destacada, ou ao seu lado (quer em direção ao altar, quer em direção ao povo), ou ainda à sua frente. O faldistório ao lado do altar ou, preferencialmente, à frente.

-> Credência de onde partirá a procissão das oferendas.

-> Paramentos do Bispo: amito, alva, cíngulo, estola, dalmática pontifical, cruz peitoral, casula, báculo e anel, mitra (ornada ou simples, dependendo da situação), e, eventualmente, luvas pontificais.

-> Paramentos dos demais sacerdotes, diáconos e acólitos.

-> Paramentos do cerimoniário.

-> Vestes corais dos clérigos e religiosos. Vestes corais do Bispo, se houver solene recepção, vestição e procissão.


[i] cf. CB, 121.

[ii] ibidem, 123

[iii] cf. ibidem, 47

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Papa recorda São Pio X na catequese da audiência geral


Castel Gandolfo (Quarta-feira, 18-08-2010, Gaudium PressO Papa encontrou-se nesta quarta-feira com fiéis e peregrinos reunidos no pátio do palácio apostólico de Castel Gandolfo para sua semanal audiência geral. Em sua catequese, Bento XVI decidiu abordar a catequese de seu antecessor São Pio X - no próximo sábado, a Igreja celebra a memória litúrgica deste pontífice.
Segundo Bento XVI, um dos maiores legados de Pio X foi sua fidelidade a Cristo. "São Pio X ensina a todos nós que na base da nossa ação apostólica nos vários campos nos quais trabalhamos deve haver sempre uma íntima união pessoal com Cristo, a ser cultivada, e que deve crescer dia após dia: esse é o núcleo de todo o seu ensinamento, de todo o seu compromisso pastoral".
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Papa Pio X se notabilizou também por seus esforços para evitar a primeira Guerra Mundial
Para o Papa Ratzinger, as ações de Pio X em prol da caridade, dos mais necessitados, sua humildade e simplicidade e seu profundo amor a Cristo podem ser úteis para sacerdotes e fiéis nos dias atuais. "O pontificado de São Pio X deixou um sinal indelével na história da Igreja", ponderou.
Entre as mais importantes realizações do pontificado de seu antecessor, o Papa citou o Catecismo Universal por ele promulgado, a condenação do modernismo e os esforços para evitar a primeira Guerra Mundial.
"Somente se estivermos apaixonados pelo Senhor seremos capazes de levar os homens a Deus e abrir-lhes ao seu amor misericordioso, e assim abrir o mundo à misericórdia de Deus".
Ao concluir sua catequese, Bento XVI saudou os diversos grupos de fiéis presentes na audiência geral, entre os quais peregrinos provenientes do Brasil e de Portugal. "A minha saudação a todos os peregrinos vindos do Brasil, de Portugal e demais países lusófonos, com uma benção particular para os alunos do Seminário do Verbo Divino, de Tortosendo: na vossa formação, empenhai-vos em seguir o exemplo dos grandes pastores como São Pio X, sendo sempre humildes e fiéis servidores da Verdade. Que Deus vos abençoe!"
Paquistão
No final da audiência, o Papa Bento XVI falou sobre as recentes enchentes no Paquistão, que deixaram centenas de milhares de mortos e milhões de desalojados e desabrigados no país. "O meu pensamento vai neste momento às queridas populações do Paquistão, atingidas recentemente por uma grave inundação, que provocou numerosas vítimas e deixou muitas famílias sem casa".
"Enquanto confio à bondade misericordiosa de Deus todos aqueles que faleceram tragicamente, exprimo a minha proximidade espiritual aos seus familiares e a todos aqueles que sofrem por causa dessa calamidade. Que não faltem a esses nossos irmãos, tão duramente provados, a nossa solidariedade e o concreto apoio da Comunidade internacional!", concluiu Bento XVI.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Santa Missa, um sacrifício?

Certo dia, um jovem veio pedir ajuda ao seu pároco. Tratava-se de um caso muito sério, para qual o rapaz não via remédio. Haveria uma reunião no próximo domingo, a respeito da doutrina católica, e esta conferência seria presidida por um orador muito famoso. Todos os seus amigos iriam, e ele não queria perder um evento de tamanha relevância.

Por isso, vinha ao sacerdote pedir que desse outro sacrifício para realizar, pois o do domingo ele não poderia fazer. Ao ouvir este pedido o Padre não entendeu a que se referia o rapaz. Aconselhou então ao rapaz que lhe explicasse melhor. A este pedido o jovem lhe disse: “É que a reunião será bem no horário do Santo Sacrifício da Missa. Deste modo, eu peço-lhe que me dê outro sacrifício no lugar do Santo Sacrifício do Domingo”.
Esse equívoco relatado acima muitas vezes pode ser o de muitas pessoas, e nem sempre tão jovens. A dúvida de nosso rapaz – e que talvez seja de muitas outras pessoas – pode expressar-se da seguinte maneira: Por que a Santa Missa é chamada de Sacrifício?
O grande problema deve-se à imprecisão do conceito de sacrifício. O que é na verdade um sacrifício? Para muitos o sacrifício é uma ação muito dolorosa que se deve realizar, e da qual não há meios de escapar. Este conceito é por demais simples e não mostra o real teor de um sacrifício, chegando assim a confundir as idéias das pessoas.
Segundo a doutrina católica, o sacrifício, em seu sentido mais estrito, é:
A oblação externa de uma coisa sensível, com certa destruição da mesma, realizada pelo sacerdote em honra de Deus para testemunhar seu supremo domínio e nossa completa sujeição a Ele.
Este conceito aplica-se inteiramente à Santa Missa, o que faz deste augusto ato um perfeito e excelente sacrifício, denominado Santo Sacrifício da Missa.
Oblação externa: não é portanto um ato interior, o qual não é conhecido por ninguém. Pelo contrário a Santa Missa é uma oração oficial da Igreja, melhor dizendo, é a oração oficial da Igreja, centro e força vital do Corpo Místico de Cristo.
E que oblação… é o próprio Filho de Deus que se oferece nas espécies de pão e de vinho. Haverá oblação mais agradável a Deus do que o Seu próprio Filho bem amado no qual está todo o seu agrado?
De uma coisa sensível: é de primordial importância para o homem que o sacrifício seja de algo sensível, pois sendo o homem composto de corpo e alma, o sacrifício deve atender também ao corpo e não apenas à alma. Na Santa Missa o que atende à sensibilidade do homem é o fato de oferecer-se o próprio Corpo e Sangue de Cristo nas espécies do pão e do vinho transubstanciados.
Com certa destruição da mesma: para ser um sacrifício em estrito senso, é necessário que aquilo que se oferece seja inteiramente destruído. É o que se dá na Santa Missa pela comunhão do sacerdote e dos fiéis do Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
Realizada pelo sacerdote: é uma conditio sine qua non para a existência da Santa Missa, um sacerdote devidamente consagrado pela imposição das mãos de um bispo.
Em honra de Deus, para testemunhar sue supremo domínio e nossa completa sujeição a Ele: Não há ato que mais honre a Deus do que a Santa Missa. É a renovação incruenta, isto é, sem derramamento de sangue, do Sacrifício do Calvário, realizada pelo próprio Cristo na pessoa de seu ministro. Ao mesmo tempo, o homem é convidado a confessar sua total dependência ao Senhor, não deixando por isso de pedir-lhe ajuda e forças para vencer as lutas de nosso vale de lágrimas.
A Santa Missa é, pois, a mais bela expressão externa em honra de Deus, uma vez que é por Ele mesmo oferecido enquanto Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, constituindo assim o verdadeiro Sacrifício da Nova Lei seu sentido mais estrito e perfeito.
Saibamos, portanto, aproximarmo-nos deste Sublime Sacrifício, não como um fardo ou uma dificuldade, mas, pelo contrário, como um auxílio nas grandes dificuldades do mundo e de nossa vida particular. Acerquemo-nos da Ceia do Senhor com verdadeira Fé e piedade, sabendo que tudo, absolutamente tudo o que nós pedirmos a Ele, não nos negará, pois estas foram suas palavras: “qualquer coisa que pedirdes em meu Nome, será feito” (Jo 14, 13). Desta maneira não receberemos a recriminação de Nosso Senhor: “Ainda não pediste nada em meu nome…” (Jo 16, 24).

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De onde nasce a glória da Igreja?

Interior da Basilica de SPedro.jpg
Quem não se encanta ao visitar ou conhecer as maravilhosas riquezas da Santa Igreja? A alguns, tocará de maneira toda especial a imponência de suas construções, que refletindo a alma dos que as idealizaram, parecem convidar aos que as contemplam a elevarem-se com suas torres, que por vezes parecem tocar o céu. Outros se enlevarão com os interiores das catedrais com suas paredes pintadas pelos raios de sol que, atravessando os vitrais, formam uma harmonia encantadora de luzes e cores. A outros ainda, estará impressa na alma, a recordação de alguma grande e solene celebração numa idéia de conjunto formada pela beleza do templo, a solenidade da liturgia, o perfume do incenso e os acordes do órgão que lhes fizeram viver alguns instantes que mais pareceram celestes do que terrenos.
Alguém poderia levantar o seguinte problema: "É indiscutível que tudo isso é muito bonito; porém, por que tanta grandeza e de onde vem toda esta majestade, toda esta glória manifestada pela Igreja?"
Em sua infinita sabedoria, Deus colocou na criação certas coisas que pareceriam muito contraditórias à primeira vista, mas na verdade constituem uma perfeita harmonia e muitas vezes se completam. Por exemplo, quando Nosso Senhor nos convida a sermos simples como as pombas, entretanto, astutos como as serpentes (Cf. Mt 10, 16)
Assim, Deus dá à sua Igreja dias de uma glória admirável, contudo, essa glória nasce de outra face muitas vezes oculta aos olhos de muitos, que é a dor.
Pensemos nos primeiros séculos de fundação da Igreja, em que só pelo fato de serem cristãos, milhares de homens, mulheres e crianças suportavam terríveis e atrozes torturas que culminavam com a mcupula da Basilica de SPedro.jpgorte, por amor ao Santíssimo nome de Jesus e de sua Santa Igreja.
Pensemos nos sofrimentos dos Papas ao longo da história que, recebendo a missão de dirigir o rebanho de Cristo em meio a perseguições, divisões, e tantas formas de perigos pelas quais passou a Santa Igreja, fizeram de seu dever, um altar em que eles próprios imolaram suas próprias vidas a serviço de Deus e do próximo.
Pensemos nos religiosos e religiosas de todas as épocas, cada um tendo que enfrentar as mais duras provações interiores características a este gênero de vida, e que sofrendo tudo no silêncio de seu recolhimento, sobre eles se debruçavam os próprios anjos e atraiam as bênçãos de Deus.
E assim, se percorrêssemos toda a história da Santa Igreja, desde o seu nascedouro até os dias de hoje, nos encantaríamos com páginas de glórias imortais vividas por ela, entretanto, quantas páginas de dor e de sofrimento... Caro leitor, esta não parece também um pouco a sua história? É bem verdade que temos em nossas vidas momentos de grandes alegrias, mas, quantas aflições, dúvidas e dificuldades. Diante de cada sofrimento que nos depararmos ao longo de nossa vida, saibamos ver no fim, a glória que nos está reservada por Deus no Céu, se soubermos com serenidade, paciência e confiança, levar a cruz de todos os dias; e ao contemplarmos as grandezas e esplendores da Santa Igreja, aprendamos a olhar a fundo a raiz desta glória que nasceu principalmente do Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor Jesus Cristo, das lágrimas de Maria Santíssima, e também da dor e do sofrimento de um número incontável de almas generosas que souberam atender ao convite de Nosso Senhor: "Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mc 8, 34).

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

São Domingos de Gusmão: O santo que recebeu das mãos de Nossa Senhora o Santo Rosário

Santo Domingo - Prado_.jpg


Domingos nasceu na Espanha, em Calaruega, perto de Burgos e da abadia de Silos, em 1170. Era filho de Félix de Guzman e de Joana de Aza, mulher que se distinguiu pela grande piedade.

A Domingos, o que o fez santo, foi a educação cristã que recebeu. Instruído primeiramente na piedade, pela bem-aventurada Joana, e depois pelo preceptor, deu-se ao estudo, com afinco, à oração, com calor, às leituras piedosas, com carinho, e às obras de caridade, com afã.
Por espírito de penitência privava-se dos divertimentos permitidos à idade. Assim, enquanto os jovens da cidade, em bandos ruidosos, buscavam o espairecimento, Domingos, recolhido, procurava a Deus.
Estudando nas escolas públicas, vigiavam, com a maior atenção, o coração e os sentidos. Sempre ocupado com as coisas de Deus, falava pouco e, quando a isto era levado, fazia-o com moderação. Conversar, conversava somente com pessoas virtuosas. Era, então, circunspecto e doce ao mesmo tempo.
Os exemplos da mãe inspiraram-lhe grande devoção a Nossa Senhora e um amor pelos pobres fora do comum. Pelos desprotegidos privava-se de tudo o que possuía. Desfazia-se de dinheiro, de livros, de roupas, para ajudar os infelizes. Destarte, aos vinte anos, já despertava, na cidade em que nasceu, a caridade dos condiscípulos e de todos os habitantes daquela Calaruega de 1190.
A todos os filhos, Joana propiciou sólida educação cristã, imprimindo-lhes o selo de Deus, tanto assim que os três filhos que teve se tornaram religiosos: Domingos seria aquele decantado Domingos que atravessaria os séculos; o mais velho professaria na ordem de São Tiago; e o caçula na ordem dos Irmãos Pregadores, fundada pelo grande irmão.
Joana de Aza, quando o trazia ainda em gestação, sonhou, certa feita, que carregava, no ventre, um cão em cuja boca se prendia, e bem preso entre os dentes, um archote de vivo fogo, fogo esse que se destinava a abrasar o mundo.

Que significava tão estranho sonho? Era um símbolo: na Idade Média, o cão designava os pregadores.
Também a madrinha de Domingos teve um presságio quanto à futura posição do afilhado: viu, uma vez, sobre a cabeça do menino, uma estrela, que dava a entender "que um dia o pequeno seria a luz das nações, e que havia de esclarecer os que jaziam nas trevas e à sombra da morte."
É a estrela que aparece nos quadros do Angélico.
Educado, pois, primeiramente pela mãe, Domingos, depois aos cuidados dum tio, que era arcipreste na vizinhança de Calaruega, aos catorze anos, foi enviado a Palência. Ali estudou com ardor, principalmente teologia, distinguindo-se pela vivacidade, amor ao trabalho e virtudes. A caridade, sobretudo, pairava acima das demais qualidades que o adornavam.
O rumor daquele mérito não tardou a chegar aos ouvidos do bispo de Osma. Assim apenas conheceu o jovem Domingos, agregou-o, sem hesitar, ao seu capítulo.
Depois do ano de 1194, terminados com sucesso os estudos, o predestinado jovem de Calaruega foi residir em Osma, onde se tornou um dos suportes da reforma introduzida pelo bispo.
Por nove anos, o Pai dos pregadores levou vida de claustro. Desta fase da vida de São Domingos nada sabemos, senão que foi para todos os que com ele privavam modelo de piedade e regularidade. Giordano da Saxônia, autor de Libellus de pincipiis ord. Praed., conta-nos que o Santo "vivia confinado ao mosteiro", donde saiu para, com Diego de Acebes, então bispo de Osma, cumprir uma nova missão delicada: pedir para o filho de Afonso IX de Castela, a mão duma princesa das Marcas.
Tudo correu maravilhosamente, e ambos tornaram à Espanha a dar conta do sucesso. O rei, satisfeito, fez com que os dois se incumbissem de trazer a princesa, de modo que o bispo e Domingos, de novo, demandaram as Marcas, para, muito tristemente, constatarem que a jovem que iria desposar o príncipe falecera repentinamente. Ao invés de buscar Castela, Diego enviou mensageiro a Afonso IX, para pô-lo ao par do acontecido, e, com Domingos, rumou para Roma.
O objetivo de Diego de Acebes, em Roma, era tratar com o Papa uma questão que, de há muito vinha acalentando: ver-se livre do bispado, porque queria dar-se todo inteiro à evangelização das tribos nômades e idólatras dos Cumanos, na região do Don e do Volga, desejo que o bom bispo não viu satisfeito, em vista das heresias que então devastavam a cristandade: Inocêncio III, simplesmente, recusara-se tratar do caso de Diego de Acebes, já que outros campos de ação se ofereciam ao zelo do bispo e do companheiro.
Em Languedoc, por exemplo, uma nova heresia surgira que devia ser combatida - a albigense.
Apenas estabeleceu-se a religião cristã, surgiram-lhe no seio diversas heresias.
Os primeiros séculos da Igreja foram os que produziram maior número de sectários, a cuja frente se encontravam, quase sempre, bispos e arcebispos.
Naqueles tempos apareceram sucessivamente os gnósticos, que ensinavam que bastava a fé sem as boas obras, e cujos adeptos se arrogavam um conhecimento sublime da natureza e dos atributos divinos; os nicolaítas, que defendiam que as mulheres deviam ser comuns; os arianos, que negavam a consubstancialidade, ou seja, a igualdade de substância do Filho e do Pai na Trindade... (...)
Do século XII para o século XIII, vivia tranquila e pacificamente entre o Garona e a margem esquerda do Ródano uma população composta de homens simples, sensatos e valorosos, que a história, mais tarde, designaria com o nome de albigenses, homens que, contaminando por pregações apaixonadas que ameaçavam a Igreja, tornaram-se heréticos, rejeitando a autoridade papal e não admitindo a maior parte dos sacramentos. Pelo ano de 1200, estes hereges de Albi, achavam-se espalhados por quase toda a Europa, mas em maior número e, pois, mais perigosamente, ao longo do curso inferior do Danúbio, no norte da Itália e ao sul da França.
A doutrina filosófica da seita calcava-se num velho princípio pagão: a existência de duas divindades, uma boa, que criara as almas, e outra má, que criara o mundo dos corpos. E, ensinando que os homens deviam resguardar-se de tudo aquilo que fosse corpóreo, acabavam os seus adeptos, a rejeitar o matrimônio, a vida de família, tudo aquilo, enfim, que julgavam fosse de encontro com a pura espiritualidade.
Destarte, os mais ardorosos, os mais zelosos, passavam, muitas vezes, a desejar a morte.
Tanto pela filosofia como pelo modus vivendi, tais hereges eram, pois, naturais inimigos da Igreja Católica.
O Papa Lúcio III, alarmado com a consistência que tomavam os albigenses, os valdenses, restauradores do donatismo, e outras heresias, reuniu, em 1184, um grande concílio em Verona, do qual participou, espontaneamente, o imperador Frederico I.
Aquele concílio de Verona tomou as mais severas disposições contra os hereges: decretou que os condes, barões e outros senhores jurassem ajudar, e de mão armada, a Igreja, para descobrir e castigar os hereges, sob pena de serem excomungados e perder bens e direitos.
Os demais, que prometessem, também debaixo de juramento, denunciar ao bispo ou aos delegados, todas as pessoas que se suspeitasse viviam, na heresia ou formavam sociedade secretas.
A disciplina canônica, decretada pelo concílio de Verona daquele ano de 1184, faz crer que o estabelecimento da Inquisição datava daquela época.
O advento de Inocêncio III ao pontificado, em 1198, marcou a fase memorável da história da Inquisição. Este Papa, ao ver que a heresia dos albigenses triunfava das bulas apostólicas, insatisfeito com a maneira com que os bispos e delegados executavam as medidas decretadas pelo concílio de Verona, acabou por optar pela adoção de comissários que seriam encarregados de reparar o mal que os prelados não haviam extirpado. E, se não se atreveu, prontamente, a privá-lo da intervenção nos assuntos relativos aos hereges, achou meios de fazer com que a autoridade episcopal se tornasse quase nula.
Em 1203, Inocêncio III encarregou Pedro de Castelnau e a um Raul, ambos monges de Cister, de pregar contra os albigenses. Tais pregações tiveram êxito. Assim, pareceu ao Papa ser favorável o momento para introduzir na Igreja inquisidores dependentes dos bispos, que tivessem o direito de perseguir os hereges.
Diego de Acebes e Domingos de Gusmão, tornaram-se famosos perseguindo hereges com calorosíssimas pregações.
Em 1208, na França, sob o reinado de Filipe II e sob o pontificado de Inocêncio III, teve lugar o definitivo estabelecimento da Inquisição.
Alguns meses antes da morte de Inocêncio III, São Domingos, cujo zelo em agir contra os hereges tornara-o estimadíssimo do Santo Padre, apresentou-se à corte romana com o fito de obter a autorização para fundar uma ordem destinada a pregar contra as heresias.
O Papa acolheu a ideia com grande satisfação, não escondendo a alegria que lhe ia na alma.
Dada a autorização, Domingos, imediatamente, pôs mão à obra: organizou o instituto e impôs-lhe a regra de Santo Agostinho, porque o concílio Lateranense de 1215 proibia novas Regras para ordens religiosas.
Em vista das novas Ordens, diz Joergensen que, numerosas haviam surgido em torno do ano de 1200, e para por fim à confusão que daí derivava, o concílio formalmente decretara que, no futuro, nenhuma ordem nova seria aprovada pela Igreja, e que nem quer que quisesse fundar uma nova orem, ou construir um novo convento, seria obrigado a aceitar uma das antigas Regras, já aprovadas.
E continua, falando de São Domingos:
Entre os primeiros fundadores atingidos por este decreto estava São Domingos. E, em nota ao seu Livro III, diz Joergensen:
Este fato bastaria para destruir a asserção do escritor dinamarquês Bierfreund, segundo o qual Domingos, ao contrário de Francisco, teria sido sempre o favorito do Papa e da corte romana, e dele teria sempre obtido os privilégios pedidos. E continua o texto:
Segundo Giordano da Saxônia, o Concílio de Latrão reconheceu tanto os frades dominicanos como os frades menores: mas nem uns nem outros puderam obter a aprovação pontifícia de sua Regra. O próprio Domingos, foi expressamente convidado a voltar para casa, e a deliberar com os seus frades sobre a escolha de uma regra a ase impor, entre as de ordens já existentes.
Como é sabido, os dominicanos escolheram a regra de Santo Agostinho; e Honório aprovou a escolha deles, declarando, de modo bastante explícito, que os dominicanos eram "uma ordem de cônegos segundo a Regra de Santo Agostinho".
Morto Inocêncio III, Honório III subiu ao trono imperecível de São Pedro.
Satisfeito com a conduta de Domingos e dos companheiros, o novo pontífice autorizou a propagação da ordem em toda a Cristandade, de modo que, em pouco tempo, a Espanha e a Itália sentiam os seus efeitos.
Os dominicanos, pois, associados com a Inquisição, foram apóstolos da cruzada contra os albigenses, que o conde de Tolosa, senhor deudal, protegia, conde que chegou ao extremo de, em 1208, assassinar o delegado da Santa Sé, Pedro de Castelnau.
Um dos meios mais eficazes que São Domingos empregou para obter de Deus a conversão dos hereges, ao mesmo tempo, instruir os fiéis, foi a prática e a instituição do Santo Rosário, prática que consiste em se recitar quinze Pai-Nossos, e depois de cada Pai-Nosso, uma dezena de Ave-Marias, para honrar os quinze principais mistérios da vida de Jesus e de sua Santa Mãe. O terço é a sua terça parte. Rezá-lo bem é unir a oração do coração à oração vocal.
Sixto V aprovou o antigo costume de recitar o Rosário. Gregório XIII instituiu a festa do Rosário. Clemente VIII introduziu-a no Martirológio. Clemente XI estendeu-a a toda a Igreja. Benedito XIII inseriu-a depois no Breviário Romano.
Leão XIII, na Encíclica Diuturni temporis, de 1891, falando sobre a festa do Rosário, diz:
Nós, em perene testemunho de nosso apreço por esta forma de piedade, além de havermos decretados que dita festa eu seu Ofício sejam celebrados em toda a Igreja, co rito duplo de segunda classe, também quisemos que o mês de outubro inteiro fosse consagrado a esta devoção. Enfim, prescrevemos que nas Ladainhas Lauretanas, se acrescentasse a invocação: "Rainha do sacratíssimo Rosário, como augúrio de vitória na presente luta".
O Papa Leão XIII, sobre o Rosário de Nossa Senhora, deixou-nos várias Encíclicas. Na sua Octobri Mense, entre outras coisas, sobre a excelência do Rosário, origem e glórias, escreve:
Ora, como quer que, entre as diversas formas e maneiras de honrar a divina Mãe, são de preferir aquelas que por si mesmas são julgadas mais excelentes e a ela mais agradáveis, apraz-nos expressamente apontar e vivamente recomendar o santo Rosário.
A este modo de orar doi dado, na linguagem comum, o nome de coroa, porque ela também recorda, num feliz enredo, os grandes mistérios de Jesus e de Maria: as suas alegrias, as suas dores e os seus triunfos.
Se os fiéis meditarem e contemplarem devotamente, na ordem devida, estes augustos mistérios, haurirão deles um admirável auxílio, quer em alimentar a sua fé e em preservá-la da ignorância e do contágio dos erros, quer em elevar e fortalecer o vigor do seu espírito. Com efeito, por esse modo o pensamento e a memória de quem reza são, à luz da fé, atraídos com suavíssimo ardor para esses mistérios. Neles concentrados e imersos, nunca se cansarão de admirar a obra inenarrável da Redenção humana, levada a efeito a tão caro preço e com uma sucessão de tão grandes acontecimentos. E, diante destas provas da divina caridade, a alma se inflamará de amor e de ingratidão, consolidará e aumentará a sua esperança, e avidamente visará à recompensa celeste, preparada por Cristo para aqueles que se Lhe houverem unido pela imitação dos seus exemplos e pela participação das suas dores.
E enquanto isso, com os lábios se pronunciam as orações ensinadas pelo próprio Cristo, pelo Arcanjo Gabriel e pela Igreja. Orações tão cheias de louvores e de salutares aspirações não poderão ser repetidas, sem produzirem sempre novos e suaves frutos de piedade.
Que, pois, a própria Rainha do Céu haja ligado a esta oração uma grande eficácia, demonstra-o o fato de haver ela sido instituída e propagada pelo ínclito São Domingos, por impulso e inspiração dela, em tempos especialmente tristes para a causa católica, e bem diferentes dos nossos, e instituída como um instrumento de guerra eficacíssimo para combater os inimigos da fé.
Com efeito, a seita herética dos albigenses, ora sorrateira, ora abertamente, invadira numerosas regiões, espantosa descendência dos maniqueus, repetia ela os monstruosos erros destes, e renovada as suas hostilidades, as suas violências e o seu ódio profundo contra a Igreja.
Contra essa turba tão perniciosa e arrogante, já agora pouco ou nada se podia contar com os auxílios humanos, quando o socorro manifestamente de Deus, por meio do Rosário de Maria.
Assim, graças à Virgem, gloriosa e debeladora de todas as heresias, as forças dos ímpios foram abatidas e quebradas, e a fé de muitíssimos ficou salva e intacta. E pode dizer-se que semelhantes fatos se verificaram no seio de todos os povos. Quantos perigos conjurados! Quantos benefícios alcançados! A história antiga e moderna aí está para o demonstrar com os mais luminosos testemunhos."
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XIV, p. 94 à 114)

sábado, 7 de agosto de 2010

A importância da formação religiosa na família

No mundo de hoje não se passa um dia sem que se tenha acesso, seja pelos jornais, pela televisão ou pelo rádio, a relatos de violência, corrupção e devassidão mo­ral. Tudo isso, sem sombra de dúvida, é fruto da falta da presença de Deus na vida das pessoas.

Aparentemente, nada nos falta. Temos recursos tec­nológicos jamais sonhados por nossos pais, avan­ços fantásticos em todas as ciências, na genética, nas pes­quisas espaciais, na produção de alimentos, na ve­lo­ci­dade da informação e das comunicações.

Com tantos e tão extraordinários recursos, deve­ríamos estar vivendo num mundo onde imperassem a paz, a justiça, a solidariedade. Mas o que vemos é injustiça, egoísmo, na forma de ataques terroristas bru­tais, crimes, sequestros, guerras, fome, doenças devastadoras, destruição ambiental.

Na sociedade, o consumismo desenfreado, a corrupção, a permissividade, a libertinagem são acei­tos, e em alguns casos até louvados, como padrão nor­mal de comportamento. Na televisão, que entra no recesso dos lares, as novelas, os programas de auditório de baixíssimo nível moral e cultural são prestigiados e copiados, por proporcionarem audiência e lucro financeiro. O que ensinam às crianças e adolescentes, na maior parte do tempo entregues à sua nefasta influência? Nada que possa fazê-los crescer espiritual, intelectual ou culturalmente. Ao contrá­rio, estão destruindo a família e seus valores, apresentando como normais, e dignos de serem imitados, padrões de comportamento em que a fidelida­de, a honestidade, o pudor estão fora de moda, o ca­samento de nada vale, o que vale é a satisfação dos sentidos, e aquilo que o povo apelidou de "lei de Gérson", ou seja, "levar vantagem em tudo".

O que podemos concluir daí?

Simplesmente que, preocupadas em satisfazer seu egoísmo, em procurar o prazer acima de tudo, em cultuar o corpo e a beleza física, o sucesso e o di­nheiro, as pessoas se esqueceram de que esta vida transitória nos foi dada por Deus para ser­vir como ponte para uma outra vida, esta sim, definitiva. E o passaporte de entrada para o Reino de Deus não será baseado em conquistas materiais, no sucesso pro­fis­sional ou in­telectual, no po­der que exer­ce­mos neste mun­do. Será fundamentado no Bem que tivermos espalhado ao nosso redor, no serviço de­sinteressado ao próximo, na Ver­da­de e na Be­leza de nossas atitudes.

Como poderemos conseguir isso? Através de uma sólida e autêntica for­mação moral, de uma prá­tica re­ligiosa cons­tan­te, do exercício da carida­de, ali­cer­çados no amor a Deus e na devoção a Maria Santíssima. É isso que devemos proporcionar a nossos fi­lhos, através do exemplo de uma vivência autenti­camente cristã.
Um dos valores hoje mais bem-conceituados é a liberdade do indivíduo. Mas o que em geral é esquecido é que a liberdade de cada um implica no respeito à liberdade do outro. Afirma São Tomás de Aqui­no que o homem tem toda a liberdade para a prática do bem, mas não, evidentemente, do mal.

Nos lares em que esses ensinamentos são pas­sa­dos dos pais para os filhos é muito difícil que es­tes procurem a fuga enganosa pelas vias das dro­gas, da promiscuidade sexual ou do individualismo egoís­ta.

Se desde cedo forem ensinados, não só por pa­la­vras, mas pelo exemplo, a manifestarem seu amor a Deus através do respeito ao próximo, da compaixão, da solidariedade, do senso de justiça, enfim, de tudo o que Jesus nos ensina em seu Evangelho, suas vidas seguirão nesse caminho.

O grande desafio proposto a nós, cristãos, no mundo de hoje, é propagar o Evangelho de Jesus a todos, começando por dentro de casa. Não devemos nos intimidar com o que os outros vão achar, nem esmorecer na defesa dos ensinamentos de Cristo. Não importa se formos rotulados de carolas, ultrapassados. Temos de lutar contra o mal que se espa­lhou pelo mundo.

Do ponto de vista pessoal, tivemos, minha esposa e eu, a grande felicidade de receber de nossos pais essa formação moral e religiosa. Por ela pau­­tamos toda a nossa vida e a transmitimos a nossa fi­lha. Sabemos que ela passará a nossos netos.