domingo, 20 de novembro de 2011

Cristo, Rei do Universo

Evangelho:
35 O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo O escarneciam dizendo: "Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!" 36 Também o insultavam os soldados que, aproximando-se dele e oferecendo-lhe vinagre, 37 diziam: "Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!" 38 Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: "Este é o Rei dos judeus". 39 Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra ele, dizendo: "Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós" 40 O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o dizendo: "Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? 41 Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal." 42 E dizia a Jesus: "Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!" 43 Jesus disse-lhe: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23, 35-43).
Por direito de herança e de conquista, Cristo reina com autoridade absoluta sobre todas as criaturas. Entretanto, não governa segundo os métodos do mundo.
I - REI NO TEMPO E NA ETERNIDADE
Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa tão grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?
Tanto mais que, em extremo contraste com esse trecho de São Lucas, a segunda leitura de hoje nos apresenta Jesus Cristo como sendo "a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação (...) porque foi do agrado do Pai que residisse n'Ele toda a plenitude" (Col 1, 15 e 19). Como conciliar esses dois textos, à primeira vista, tão contraditórios?
Para melhor compreendermos esse paradoxo, devemos distinguir entre o Reinado de Cristo nesta terra e o exercido por Ele na eternidade. No Céu, seu reino é de glória e soberania. Aqui, no tempo, ele é misterioso, humilde e pouco aparente, pelo fato de Jesus não querer fazer uso ostensivo do poder absoluto que tem sobre todas as coisas: "Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra" (Mt 28, 18).
Apesar de as exterioridades nos causarem uma impressão enganosa, Ele é o Senhor Supremo dos mares e dos desertos, das plantas, dos animais, dos homens, dos anjos, de todos os seres criados e até dos criáveis. Porém, diante de Pilatos, assevera: "O meu Reino não é deste mundo" (Jo 18, 36), porque não quer manifestar seu império em todas as suas proporções, a não ser por ocasião do Juízo Final.
Assim, enquanto o Evangelho nos fala de seu Reinado terreno, a Epístola proclama o triunfo de sua glória eterna. No tempo, vemo-Lo exangue, pregado na Cruz entre dois ladrões, sendo escarnecido pelos príncipes dos sacerdotes e pelo povo, insultado pelos soldados e objeto das blasfêmias do mau ladrão. A Liturgia exige de nós um esforço de fé para, indo além do fracasso e da humilhação, crermos na grandiosidade do Reino de Jesus.
Por outro lado, errôneo seria imaginar que Ele não deve reinar aqui na terra. Para comp reender bem o quanto Cristo é Rei, é preciso diferenciar seu modo de governar daquele empregado pelo mundo.
O governo humano, quando ateu, encontra sua força nas armas, no dinheiro e nos homens. Tem por finalidade as grandes conquistas territoriais, perdurar longamente e alcançar a felicidade terrena. Porém, o tempo sempre demonstra o quanto esses objetivos são ilusórios e até mentirosos. As armas em certo momento caem ao solo, ou se voltam contra o próprio governante; o dinheiro é por vezes um bom vassalo mas sempre um mau senhor; os homens, quando não assistidos pela graça, neles não se pode confiar.
Napoleão Bonaparte é um bom exemplo do vazio enganador no qual se fundamentam os Impérios neste mundo. Basta imaginá-lo proclamando seu fracasso do alto de um penhasco na ilha Santa Helena, durante o penoso exílio ao qual ficara reduzido. Em síntese, aCristo Rei.jpgplenitude da felicidade de um governador terreno é um sonho irrealizável. E ainda que ela fosse atingível, a nós caberia a frase do Evangelho: "Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" (Mc 8, 36).
II - A REALEZA ABSOLUTA DE CRISTO
A Realeza de Cristo é bem outra. Ele de fato é Rei do Universo e, de maneira muito especial, de nossos corações. Ele possui uma autoridade absoluta sobre todas as criaturas e já muito antes de sua Encarnação, quando se encontrava no seio do Padre Eterno, ouviu estas palavras:
"Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede- me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo, tu governarás com cetro de ferro" (Sl 2, 7-9).
Rei por direito de herança
Ele é o unigênito Filho de Deus e por Este foi constituído como herdeiro universal, recebendo o poder sobre toda a criação, no mesmo dia em que foi engendrado (1).
Rei por ser Homem-Deus
Por outro lado, Jesus Cristo é Deus e, assim sendo, tudo foi feito por ele, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Senhor absoluto de toda existência, do Céu, da terra, do sol, das estrelas, das tempestades, das bonanças. Seu poder é capaz de acalmar as mais terríveis ferocidades dos animais bravios e as procelas dos mares encapelados. Os acontecimentos, as forças físicas e morais, a guerra e a paz, a pobreza e a fartura, a humilhação e a glória, o revés e o sucesso, as pestes, os flagelos, a doença e a saúde, a morte e a vida, estão todos ao dispor de um simples ato de sua vontade. Aí está um Governo incomparável, superior a qualquer imaginação, e do qual ninguém ou nada poderá se subtrair.
O título de Rei Lhe cabe mais apropriadamente do que às outras duas Pessoas da Trindade Santíssima, por ser o Homem-Deus, conforme comenta Santo Agostinho: "Apesar de que o Filho é Deus e o Pai é Deus e não são mais que um só Deus, e se o perguntássemos ao Espírito Santo, Ele nos responderia que também o é...; entretanto, as Sagradas Escrituras costumam chamar de rei, ao Filho" (2).
De fato, o título de Rei, quando aplicado ao Pai, é usado de forma alegórica para indicar seu domínio supremo. E se quisermos atribuí-lo ao Espírito Santo, faltará exatidão jurídica, por tratar-se Ele de Deus não-encarnado, pois, para ser Rei dos homens é indispensável ser Homem. Deus não encarnado é Senhor, Deus feito homem é o Rei.
Rei por direito de conquista
Jesus Cristo é nosso Rei também por direito de conquista, por nos ter resgatado da escravidão a Satanás.
Ao adquirirmos um objeto às custas de nosso dinheiro, ele nos pertence por direito. Mais ainda se o obtivermos através de duras penas, pelos esforços de nosso trabalho, e muito mais, se for conseguido pelo alto preço de nosso sangue. E não fomos nós comprados pelo trabalho, sofrimentos e pela própria morte de Nosso Senhor Jesus Cristo? É São Paulo quem nos assevera: "Porque fostes comprados por um grande preço!" (I Cor 6, 20).
Rei por aclamação
Cristo é nosso Rei por aclamação. Antes mesmo das purificadoras águas do Batismo serem derramadas sobre no ssa cabeça, nós O elegemos para ser o regente de nossos corações e de nossas almas, através dos lábios de nossos padrinhos. Por ocasião do Crisma e a cada Páscoa, de viva voz nós renovamos essa eleição, sempre de um modo solene.
Rei do interior dos homens e de todas as exterioridades
Não houve, nem jamais haverá um só monarca dotado da capacidade de governar o interior dos homens, além de bem conduzi-los na harmonia de suas relações sociais, seus empreendimentos, etc. O único Rei pleníssimo de todos os poderes é Cristo Jesus.
Exteriormente, pelo seu insuperável e arrebatador exemplo - além de suas máximas, revelações e conselhos - Ele governa os povos de todos os tempos, tendo marcado profundamente a História com sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. Por meio do Evangelho e sobretudo ao erigir a Santa Igreja, Mestra infalível da verdade teológica e moral, Jesus perpetuaCristo Rei do Universo.JPGaté o fim dos tempos o imorredouro tesouro doutrinário da fé. Através dessa magna instituição Ele orienta, ampara e santifica todos os que nela ingressam, e vai em busca das ovelhas desgarradas.
Aqui precisamente se encontra o principal de seu governo neste mundo: o Reino Sobrenatural que é realizado, na sua essência, através da graça e da santidade.
Nosso Senhor Jesus Cristo enquanto a "videira verdadeira" é a causa da vitalidade dos ramos. A seiva que por eles circula, alimentando flores e frutos, tem sua origem n'Aquele Unigênito do Pai (Jo 15, 1-8). Ele é a Luz do Mundo (Jo 1, 9; 3, 19; 8, 12; 9, 5) para auxiliar e dar vida aos que dela quiserem se servir para evitar as trevas eternas. Jesus - segundo a leitura de hoje - é "a cabeça do corpo que é a Igreja, é o Princípio, o Primogênito entre os mortos, de maneira que tem a primazia em todas as coisas, porque foi do agrado do Pai que residisse n'Ele toda a plenitude e que por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, pacificando pelo Sangue da sua Cruz, tanto as coisas da terra, como as do Céu" (Col 1, 18-20).
O Reinado de Cristo, em nosso interior, se estabelece pela participação na vida de Jesus Cristo. Só no Homem- Deus se encontra a plenitude da graça, enquanto essência, virtude, excelência e extensão de todos os seus efeitos. Os outros membros do Corpo Místico participam das graças que têm sua origem em Jesus, a cabeça que vivifica todo o organismo. Quem de maneira privilegiadíssima tem parte em grau de plenitude nessa mesma graça, é a Santíssima Virgem.
Dada a desordem estabelecida em nós após o pecado original, acrescida pelas nossas faltas atuais, nossa natureza necessita do auxílio sobrenatural para atingir a perfeição. Sem o sopro da graça, é impossível aceitar a Lei, obedecer aos preceitos morais, não elaborar razões falsas para justificar nossas más inclinações e conhecer, amar e praticar a boa doutrina de forma estável e progressiva. Ela refreia nossas paixões e as equilibra nos gonzos da santidade, orienta nosso espírito, modera nossa língua, tempera nosso apetite, purifica nosso olhar, gestos e costumes. É através da graça que nossa alma se transforma num verdadeiro trono e, ao mesmo tempo, cetro de Nosso Senhor Jesus Cristo. E é nessa paz e harmonia que se encontra nossa autêntica felicidade, e esse é o Reino de Cristo em nosso interior.
E qual o principal adversário contra esse Reino de Cristo sobre as almas? O pecado! Por isso mesmo, se alguém tem a desgraça de o cometer, nada fará de melhor do que procurar um confessionário e com arrependimento ali declará-lo a fim de ver-se livre da inimizade de Deus. É impossível gozar de alegria com a consciência atravessada pelo aguilhão de uma culpa. Nessa consciência não reinará Cristo; e se ela não se reconciliar com Deus, aqui na terra, tampouco reinará com Ele na glória eterna.
III - A IGREJA, MANIFESTAÇÃO SUPREMA DO REINADO DE CRISTO
O júbilo e às vezes até mesmo a emoção, penetram nossos co rações ao contemplarmos estas inflamadas palavras de São Paulo:"Cristo amou a Igreja e Se entregou a Si mesmo por ela, para a santificar, purificando-a no batismo da água pela Palavra, para apresentar a Si mesmo esta Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada" (Ef 5, 25-27).
Porém, ao analisarmos a Igreja militante, na qual hoje vivemos, com muita dor encontramos imperfeições - ou pior ainda, faltas veniais - nos mais justos, conferindo opacidade a essa glória mencionada por São Paulo. Entre as ardentes chamas do Purgatório, está a Igreja padecente, purificando-se de suas manchas. Até mesmo a triunfante possui suas lacunas, pois, exceção feita da Santíssima Virgem, as almas dos bem-aventurados foram para o Céu deixando seus corpos em estado de corrupção nesta terra, onde aguardam o grande dia da Ressurreição.
Portanto, a "Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada" , manifestação suprema da Realeza de Cristo, ainda não atingiu sua plenitude.
E quando definitivamente triunfará Cristo Rei? Só mesmo depois de derrotado seu último inimigo, ou seja, a morte! Pela desobediência de Adão, introduziram-se no mundo o pecado e a morte. Pelo seu Preciosíssimo Sangue Redentor, Cristo infunde nas almas sua graça divina e aí já se dá o triunfo sobre o pecado. Mas a morte será rendida com a Ressurreição no fim do mundo, conforme o próprio São Paulo nos ensina:
"Porque é necessário que Ele reine, ‘até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés'. Ora, o último inimigo a ser destruído será a morte; porque Deus ‘todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés' " (I Cor 15, 25- 26).
Cristo Rei, por força da Ressurreição que por Ele será operada, arrancará das garras da morte a humanidade inteira, como também iluminará os que purgam nas regiões sombrias. Ao retomarem seus respectivos corpos, as almas bem-aventuradas farão com que eles possuam sua glória; e assim, serão também os eleitos outros reis cheios de amor e gratidão ao Grande Rei. Apresentarse- á o Filho do Homem em pompa e majestade ao Pai, acompanhado de um numeroso séqüito de reis e rainhas, tendo escrito em seu manto: "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apoc 19, 16)
IV - SE CRISTO É REI, MARIA É RAINHA
Se Cristo é Rei por ser Homem-Deus e recebeu o poder sobre toda a Criação no momento em que foi engendrado, daí se deduz ter sido realizada no puríssimo claustro maternal de Maria Virgem a excelsa cerimônia da unção régia que elevou Cristo ao trono de Rei natural de toda a humanidade. O Verbo assumiu de Maria Santíssima nossa humanidade, e assim adquiriu a condição jurídica necessária para ser chamado Rei, com toda a propriedade. Foi também nesse mesmo ato que Nossa Senhora passou a ser Rainha. Uma só solenidade nos trouxe um Rei e uma Rainha.
V - CONCLUSÃO
Agora sim, estamos aptos a entender e amar a fundo o significado do Evangelho de hoje. A resposta ao povo e aos príncipes dos sacerdotes que escaCristo Rei_3.jpgrneciam contra Jesus: "Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus" (v. 35), como também aos próprios soldados romanos em seus insultos: "Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo" (v. 37), transparece claramente nas premissas até aqui expostas.
Eles eram homens sem fé e desprovidos do amor a Deus, julgando os acontecimentos em função de seu egoísmo e por isso levados a se esquecerem de sua contingência. Cegos de Deus, já há muito afastados de sua inocência primeva, perderam a capacidade de discernir a verdadeira realidade existente por trás e por cima das aparências de derrota que revestiam o Rei eterno transpassado de dor sobre o madeiro, desprezado até pelas blasfêmias de um mau ladrão. Não mais se lembram dos portentosos milagres por Ele operados, nem sequer de suas palavras: "Julgas porventura que Eu não posso rogar a meu Pai e que poria já ao meu dispor mais de doze legiões de anjos?" (Mt 26, 53). Sim, se fosse de sua vontade, numa fração de segundo poderia reverter gloriosamente aquela situação e manifestar a onipotência de sua realeza, mas não o quis, como o fez em outras ocasiões: "Jesus, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-se de novo, Ele só, para o monte" (Jo 6, 15).
Quem discerniu em sua substância a Realeza de Cristo foi o bom ladrão, por se ter deixado penetrar pela graça. Arrependido em extremo, aceitou compungido as penas que lhe eram infligidas, e reconhecendo a Inocência de Jesus no mais fundo de seu coração, proclamou os segredos de sua consciência para defendê-La das blasfêmias de todos: "Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal" (vv. 40-41). Eis a verdadeira retidão. Primeiro, humildemente ter dor dos pecados cometidos; em seguida, com resignação abraçar o castigo respectivo; por fim, vencendo o respeito humano, ostentar bem alto a bandeira de Cristo Rei e aí suplicar- Lhe: "Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!" (v. 42)
Tenhamos sempre bem presente que só pelos méritos infinitos da Paixão de Cristo e auxiliados pela poderosa mediação da Santíssima Virgem nos tornaremos dignos de entrar no Reino.
Seguindo os passos da conversão final do bom ladrão, poderemos esperar com confiança ouvir um dia a voz de Cristo Rei dizendo também a nós: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso" (v. 43).
1 ) cf. Hb 1, 2-5.
2 ) Enarrat. in Ps. 5 n. 3: PL 37, 83
***
Eis uma solução eficaz para todas as crises atuais: a celebração solene da festa de Cristo Rei 
Assim se exprime o Papa Pio XI a esse respeito:
Cristo, fonte da verdadeira Paz
Se soubessem os homens resolver-se a reconhecer a autoridade de Cristo em sua vida particular e pública, deste ato para logo dimanariam em toda a humanidade incomparáveis benefícios: uma justa liberdade, a ordem e o sossego, a concórdia e a paz (...).
Se os príncipes e governos legitimamente constituídos tivessem a persuasão de que regem menos no próprio nome do que em nome e lugar do Rei Divino, é manifesto que usariam do seu poder com toda a prudência, com toda a sabedoria possíveis Em legislar e na aplicação das leis, como haveriam de atender ao bem comum e à dignidade humana de seus súditos! Então floresceria a ordem, então veríamos difundirem- se e firmarem-se a tranqüilidade e a paz (...).
Oh! que ventura não pudéramos gozar, se os indivíduos, se as famílias, se a sociedade se deixasse reger por Cristo! "Então finalmente - para citarmos as palavras que, há 25 anos, o Nosso Predecessor Leão XIII dirigia aos bispos do mundo inteiro - fora possível sanar tantas feridas; o direito recobraria seu antigo viço, seu prestígio de outras eras; tornaria a paz com todos os seus encantos. eCristo Rei_1.jpgcairiam das mãos armas e espadas, quando todos de bom grado aceitassem o império de Cristo, Lhe obedecessem, e toda língua proclamasse que Nosso Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Padre" (Enc Annum Sacrum) (...).
As festividades, mais eficazes que os documentos
A fim de que a sociedade cristã goze largamente de tão preciosas vantagens, e para sempre as conserve, é mister que se divulgue quanto possível o.conhecimento da dignidade real de Nosso Salvador Ora, nada pode, pelo que nos parece, conseguir melhor este resultado, do que a instituição de uma festa própria e especial em honra de Cristo Rei.
Com efeito, para instruir o povo nas verdades da fé e levá-lo assim às alegrias da vida eterna, mais eficazes que os documentos do Magistério eclesiástico são as festividades anuais dos sagrados mistérios. Os documentos do Magistério, de fato, apenas alcançam. um restrito número de espíritos mais cultos, ao passo que as festas atingem e nstruem a universalidade dos fiéis Os primeiros, por assim dizer, falam uma vez só, as segundas falam sem intermitência de ano para ano; os primeiros dirigem-se, sobretudo, ao entendimento; as segundas influem não só na inteligência, mas também no coração, quer dizer, no homem todo Composto de corpo e alma, precisa o homem dos incitamentos exteriores das festividades, para que, através da variedade e beleza dos sagrados ritos, recolha no ânimo a divina doutrina, e, transformando- em substância e sangue, tire dela novos progressos em sua vida espiritual.
Além disso, ensina-nos a própria História, que estas festividades litúrgicas foram introduzidas no decorrer dos séculos, umas após outras, para. responder a necessidades ou vantagens espirituais do povo cristão. Foram-se constituindo para fortalecer os ânimos em presença de algum inimigo comum, para premunir os espíritos contra os ardis da heresia, para mover e inflamar os corações a celebrar com a mais ardente piedade algum mistério de nossa fé ou algum benefício da divina graça (...) Assim se deu com a festa de Corpus Christi, instituída quando se esfriava a reverência e o culto para com o Santíssimo Sacramento.
Instituição da festa
A festa, doravante anual, de "Cristo-Rei" dá-nos a mais viva esperança de acelerarmos a tão desejada volta da humanidade a seu Salvador amantíssimo (...) Uma festa, anualmente celebrada por todos os povos em homenagem a Cristo-Rei, será sobremaneira eficaz para condenar e ressarcir, de algum modo, esta apostasia pública (...).
Portanto, em virtude de Nossa autoridade apostólica, instituímos a festa de "Nosso Senhor Jesus Cristo Rei", mandando que seja celebrada cada ano, no mundo inteiro, no último domingo de outubro (...) porque ele, em certo modo, encerra o ciclo do ano litúrgico. Destarte, os mistérios da vida de Jesus Cristo, comemorados no decorrer do ano que finda, terão na solenidade de "Cristo-Rei" seu como termo e coroa.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os Manuscritos do Mar Morto: Vida e Fé nos tempos bíblicos.

O Instituto Franklin e o Discovery Times Square fizeram um acordo de exclusividade com a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) para a exposição Manuscritos do Mar Morto: Vida e Fé em tempos bíblicos.
Estreando em 28 de outubro no Discovery New York City de Times Square, esta nova exposição apresenta a mais completa coleção de artefatos antigos de Israel jamais organizada – incluindo uma das maiores coleções dos inestimáveis Manuscritos do Mar Morto de 2000 anos de idade e uma pedra de três toneladas do Muro das Lamentações de Jerusalém.
Após a sua estréia Nova York, a exposição vai viajar para o Instituto Franklin de Filadélfia onde permanecerá por 5 meses até maio de 2012.
Os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos e desenterrados de cavernas na costa noroeste do Mar Morto entre 1947-1956.
Considerados entre as maiores descobertas arqueológicas do mundo, os Pergaminhos contêm as cópias mais antigas conhecidas da Bíblia hebraica.
A exposição  incluie partes dos livros bíblicos como Gênesis, Salmos, Êxodo, Isaías e outros.
Os artefatos e pergaminhos proporcionam um olhar cativante e intrigante para um dos períodos mais influentes da história – incluindo o surgimento do antigo Israel eo nascimento do judaísmo e do cristianismo na Terra Santa.
Os visitantes terão a oportunidade de ver muitos objetos recém-descobertos na Terra Santa juntamente com os Pergaminhos.
A exposição mostra mais de 500 objetos do Período bíblico ao Bizantino em Israel, muitos objetos são de recentes escavações arqueológicas em Jerusalém nunca foram exibidos antes.
Os objetos em exposição incluem restos de artigos religiosos, armas de guerra, esculturas em pedra, tecidos e belos mosaicos, juntamente com itens domésticos comuns, como jóias e cerâmicas.
Além disso, a exposição conta com uma recriação de uma parte do Muro das Lamentações incluindo uma pedra autêntica de três toneladas do Muro.

domingo, 13 de novembro de 2011

O que é o Magistério?

Sentado numa barca se encontrava o Divino-Mestre ensinando à multidão que, às margens do lago, escutava a serena e encantadora tonalidade da voz de Deus. Ali ensinava Ele por meio de muitas parábolas, entre elas a do semeador. “Disse Ele: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um” (Mt 13, 4-8). O que simboliza essa semente? A Palavra de Deus (cf. Mt 13, 19), seja ela contida na Sagrada Escritura ou na Sagrada Tradição.o Divino-Mestre ensinando à multidão
Entretanto, será que Deus deixaria sua Palavra Eterna e Imutável, à mercê do Maligno – como alude essa parábola -  ou abandoná-la-ia num solo pedregoso ou entre os espinhos (cf. Mt 13,19-22), ficando assim exposta às inúmeras intempéries que os séculos produzem?
Foi justamente para preservar dos inúmeros males que sobreviria sobre ela, que preparou uma terra boa e fértil que, acolhendo a sã semente, rendesse frutos “cem por um, sessenta por um, trinta por um” (Mt 13,23). Esse solo fecundo se chamaMagistério da Igreja, que ouvindo e compreendendo, ensina aos demais a doutrina infalível. A sua altíssima missão é: proteger o seu Povo dos desvios e dos relaxamentos, e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica[1]. O Magistério é um instrumento que nos garante estar de acordo com a doutrina dos Apóstolos, ensinada a eles pelo próprio Divino Mestre. Portanto, a obrigação do Magistério está em cuidar para que o Povo de Deus permaneça na verdade. Assim, “para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes”[2].
Se não fosse o Magistério…
Sem o Magistério o grande e belo edifício da doutrina verdadeira ficaria sujeito à infiltração da heterodoxia[3] e assim, poderia misturar-se com o erro, um antro de confusão, de caos e de horror. A própria Igreja, fonte da luz e da união fraterna, seria um abismo de desordem e desunião. E, como consequência, deixaria de caminhar rumo ao cumprimento do desejo de Deus: que todos sejam um só coração e uma só alma (cf. 1Pd 3,8).
Imaginemos, por exemplo, uma grande cidade onde vivam milhões de pessoas. Podemos dizer que quase todos os habitantes possuem um relógio. Portanto, nessa cidade existem milhões de relógios. São inúmeros, mas não adiantariam de nada se não houvesse um relógio posto por Deus, chamado sol, pelo qual os homens pudessem saber a hora precisa. Os relógios particulares entram em desacordo, um adianta, outro atrasa. Por causa da soberba humana, a pessoa não quererá reconhecer que seu relógio está errado, e que o outro está certo. Desse modo aconteceria que, por falta do relógio infalível, segundo o qual todos os outros devem se regular, ninguém teria a hora correta. Esta imagem ilustra algo da mente humana: cada homem pensa à sua maneira. Argumentam, discutem, e acabam não se convencendo inteiramente. Ou há alguém capaz de determinar com acerto: “isto é tal coisa!”, ou ninguém acaba conhecendo a verdade.
Quando na Idade Média, a ciência havia progredido o bastante para que se pudessem fabricar relógios mecânicos, estes começaram a ser colocados nas torres dos templos católicos. Por isso, dizia-se com muita poesia que a Igreja indicava a hora certa do pensamento humano. Para Ela, todos se voltam acertando seus “relógios” individuais, quer dizer, suas mentes. Em matérias tão essenciais para nós, como Fé e moral, era necessário que houvesse alguém com a missão de ensinar e que não caísse em erro ao interpretar a Revelação. Esse é o “relógio” que regula a humanidade: o Magistério da Santa Igreja Católica Apostólica Romana[4]. Se o mundo o abandona, vai deixando-se invadir pelo desatino e por toda sorte de extravios. Por isso, é preciso que acreditemos firmemente naquelas definições que o Magistério da Igreja declara como sendo reveladas por Deus e como ensinamentos de Nosso Senhor[5].
“Quot caput tot setentia”
Papa Leão XIIIO Papa Leão XIII em poucas palavras comenta a necessidade de existir esse princípio ordenador de tudo: “se a doutrina celestial de Jesus Cristo, embora em grande parte esteja consignada em livros inspirados por Deus, tivesse sido entregue aos pensamentos dos homens não poderia por si mesma unir os espíritos”[6].
Este ensinamento do Papa, nos faz lembrar aquele velho provérbio tão comum aos nossos ouvidos: “Quot caput tot setentia” (cada cabeça uma sentença). Esse adágio nos dá a oportunidade para explicar o motivo pelo qual ao longo dos tempos foram surgindo várias seitas com o intuito de dar uma sentença certa – ou melhor, de acordo com seus interesses – às diversas passagens da Sagrada Escritura que poderiam parecer um pouco obscuras ou difíceis de serem interpretadas. Cada uma dessas ideias inusitadas e inauditas hauridas da livre interpretação pode ser comparada a uma cabeça com sentenças distintas das demais. Porém, acontece que Nosso Senhor é a única Cabeça de um único Corpo, e foi a este único Corpo que Ele entregou o múnus de ensinar.
Igreja, coluna e sustentáculo da verdade (Cf. 1Tm 3,15)
Por essa razão, o mais augusto e valioso dos tesouros, o patrimônio sagrado da fé, também chamado de “depositum fidei”, contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiada pelos apóstolos à totalidade da Igreja[7]. “Mas para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, entregando-lhes o seu próprio encargo de Magistério”[8]. A Igreja, portanto, tem a assistência do Espírito Santo, para guardar santamente, perscrutar mais profundamente, anunciar e expor com fidelidade toda a verdade revelada[9]. O Magistério é o eco da voz do Divino Mestre que continuamente fala aos homens e que se faz ouvir através da Igreja. E por isso, Nosso Senhor a fundou e a conservou: para transmitir-lhe a continuação da mesma missão que Ele recebeu de Deus Pai[10].
3rdFoi aos Doze Apóstolos que o Divino Mestre disse: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi” (Mt 28, 19,20). E ainda: “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Entretanto, não era somente às nações da época dos Apóstolos, que Nosso Senhor se referia ao dar o mandato de pregar o Evangelho. Pois Ele: “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”(1Tm 2,4). Essa Sua vontade salvífica não admite nenhuma exceção e nem mesmo limitação por parte do tempo, e por isso prometeu: “estarei convosco até os fins dos tempos” (Mt 28,20).
Acerca disso, escreve São Jerônimo: “Quem promete estar com seus discípulos até a consumação dos séculos, mostra com isso que seus discípulos viverão sempre, e que Ele mesmo não cessará de estar com os crentes” [11]. Mas, acrescenta a EncíclicaSatis Cognitum: “como haveria de suceder isto unicamente com os apóstolos, cuja condição de homens lhes sujeitavam à lei suprema da morte? A Providência divina havia, pois, determinado que o Magistério instituído por Jesus Cristo não ficaria restringido aos limites da vida dos apóstolos, mas que duraria sempre”[12].
Caminho mais seguro
Deus depositou em nossos corações um anseio e uma sede pela verdade, que embora já começa a saciar-se aqui na Terra, só obterá sua plena satisfação na Visão Beatífica, onde veremos face a face Aquele que é a própria Verdade (Cf. Jo 14,6). Entretanto, aqui neste vale de lágrimas nem sempre a encontramos, e devido ao pecado original facilmente caímos no erro. Assim, a fim de que sem grandes dificuldades pudéssemos alcançá-la, Deus nos enviou Seu Filho para dar testemunho dela (Cf. Jo 18, 37) e depois fundou “a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15), para que Ela, exercendo sua autoridade em nome de Nosso Senhor, nos apresentasse a interpretação autêntica da palavra de Deus escrita ou transmitida[13].
O Magistério é, portanto, o caminho mais seguro para – juntamente com a Sagrada Escritura e a Tradição – subirmos aos tesouros inestimáveis de Deus, do qual somos filhos e herdeiros.

sábado, 5 de novembro de 2011

É preciso pertencer mais a Cristo, salienta Bento XVI


“É importante para todos, de fato, aprender sempre mais a 'permanecer' com o Senhor, cotidianamente, no encontro pessoal com Ele para deixar-se fascinar por seu amor e ser anunciadores do Seu Evangelho”, destacou o Papa Bento XVI, na noite desta sexta-feira, 4, ao celebrar as Vésperas com os estudantes da Universidade Pontifícia de Roma, pelo início do Ano Acadêmico.



Durante sua homilia, na Basília Vaticana, o Santo Padre salientou que é importante buscar seguir na vida com generosidade, não com um próprio projeto, mas aquele que Deus tem para cada um, conformando a própria vontade àquela de Deus. Ele reforçou ainda a necessidade de um bom preparo por meio de sérios estudos para servir o Povo de Deus.

Ao falar sobre a vocação sacerdotal, o Papa recordou que desde os primórdios da Igreja, foi evidenciado a importância dos sacerdotes como guias das comunidades, anunciadores da Palavra de Deus por meio da pregação e celebrantes do Sacrifício de Cristo, a Eucaristia. 

“Pastorar o rebanho de Cristo é um vocação e um dever comum e os torna particularmente ligados entre eles, porque estão unidos a Cristo com um vínculo especial”, destacou o Papa.

O modelo a ser seguido pelos sacerdotes é o próprio Cristo, o Bom Pastor. São Tomás de Aquino disse que “embora os líderes da Igreja sejam todos pastores, todavia, disse Ele de ser, de modo singular: 'Eu sou o Bom Pastor', para introduzir com delicadeza a virtude da caridade”. Assim, para São Tomás de Aquino não se pode ser de fato bom pastor se não tornamos uma coisa só com Cristo e seus membros mediante a caridade, pois a a caridade é o primeiro dever do bom pastor.


Vocação ao Sacerdócio


“A vocação apostólica vive graças ao relacionamento pessoal com Cristo, alimentada pela oração assídua e animada pela paixão em comunicar a mensagem recebida e a mesma esperança de fé dos Apóstolos”, salientou o Pontífice aos estudantes romanos.

Segundo o Papa, existem algumas condições para que haja uma harmonia crescente com Cristo na vida do sacerdote, entres estas, ele destacou três: a aspiração para colaborar com Jesus pela difusão do Reino de Deus, a gratuidade do empenho pastoral e a atitude do serviço.

“Antes de tudo, no chamado ao ministério sacerdotal existe o encontro com Jesus, que nos fascina, conquista por Suas palavras, por Seus gestos, por Sua pessoa. É distinguir, em meio a tantas vozes, a Sua voz, respondendo como Pedro “Tu tens as palavras de vida eterna e nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus” (Gv 6,68-69)”, destacou Bento XVI.

Para o Santo Padre, a vocação dos sacerdotes tem sua raiz nesta ação que Deus Pai realizada em Cristo, por meio do Espírito Santo. O ministro do Evangelho, então, é aquele que se deixa agarrar por Cristo, que sabe permanecer com Ele, que entra em sintonia, em íntima amizade, com Ele, a fim que tudo se cumpra segundo a Sua vontade de amor, com grande liberdade interior e com profunda alegria de coração.

“Em segundo lugar, são chamados a ser administradores dos Mistério de Deus 'não para o interesse vergonhoso, mas com um espírito generoso', disse São Pedro. Não é preciso esquecer jamais que se entra no sacerdócio por meio do Sacramento, a Ordenação, e isso significa, justamente, que se abre à ação de Deus escolhendo cotidianamente dar a si mesmo para Ele e para os irmãos, segundo o dito evangélico: 'Recebestes de graça, de graça daí!'(Mt 10,8), reforçou o Papa.

Bento XVI ressalta ainda que o chamado do Senhor ao ministério não é fruto de méritos particulares, mas é um dom a se acolher e ao qual se deve corresponder dedicando-se de modo generoso e desinteressado, segunda a vontade de Deus.

“Jamais devemos esquecer – como sacerdotes – que a única ascensão legítima em direção ao ministério pastoral não é aquela do sucesso, mas da Cruz”, reforçou.

Os sacerdotes são, de fato, como salientou o Pontífice, modelos para suas respectivas comunidades. Eles são também administradores dos meios da salvação, dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Penitência, mas não são por vontade própria, mas para serem humildes servidores para o bem do Povo de Deus.

“É uma vida, então, profundamente marcada por este serviço: cuidado atento ao rebanho, celebração fiel da liturgia e pronto serviço a todos os irmãos, especialmente aos mais pobres e necessitados. No viver esta 'caridade pastoral' sobre o modelo de Cristo e com Cristo, em qualquer lugar que o Senhor chama, cada sacerdote a realiza plenamente si mesmo e a própria vocação”, salientou o Santo Padre.